segunda-feira, 17 de maio de 2010

"O franco atirador vai pagar mico "


Confira minha entrevista na Folha da Manhã.

Marcos Bacellar (PT do B), vereador mais votado na eleição de 2008, com 9.549 votos, disputará uma vaga na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) na eleição de outubro. Segundo Bacellar, o franco atirador, o ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato do PR ao governo do Estado “vai pagar mico ao chegar em terceiro lugar”. Para ele, o governador Sérgio Cabral (PMDB) será reeleito no primeiro turno. “Essa eleição vai ser uma das mais tranqüilas dos últimos tempos. Cabral ganha no primeiro turno e Garotinho vai passar vergonha. Ele vai chegar atrás de Cabral em Campos. Pode anotar”, aposta Bacellar. Sobre as suas perspectivas eleitorais, o vereador explica que vai trabalhar este ano com um pensamento voltado para o futuro. “Posso ser candidato à Prefeitura em 2012”, adianta.

Folha – Você será candidato a deputado estadual?
Bacellar – Sim, sou candidato.

Folha – E qual é a sua plataforma de campanha?
Bacellar – Meu objetivo é que o governo estadual seja ainda mais atuante no interior do Estado, nas regiões Norte e Noroeste Fluminense. Sei que o governo pode ajudar muito se tiver alguém fazendo essa ponte.

Folha – Essa sua expectativa de entrosamento é no caso da reeleição do governador Sérgio Cabral. E se o vitorioso for outro?
Bacellar – Cabral vai vencer a eleição.

Folha – Por que essa certeza?
Bacellar – Eu ando o Estado todo. Vai ser uma das eleições mais tranqüilas para o governo do Estado.

Folha – Você não acha que Gabeira e Garotinho podem endurecer a disputa?
Bacellar – Garotinho vai chegar em terceiro lugar. Pode anotar. Se ele tivesse bom senso, retiraria a candidatura dele. Ele vai pagar mico.

Folha – Será que existe a chance de Garotinho desistir?
Bacellar – Não existe. Ele é muito teimoso. Vai querer levar o debate para o campo pessoal. Vai perder aqui em Campos para Cabral.

Folha – Você acha que a eleição terá um ou dois turnos?
Bacellar – Cabral ganha no primeiro turno.

Folha – Quantos votos precisa ter um candidato a deputado estadual pelo PT do B para se eleger?
Bacellar – De 25 a 30 mil votos.

Folha – Quantos votos você acha que faz?
Bacellar – Vamos lutar por isso ou mais do que isso. O trabalho vai ser para alcançar a marca de 40 mil votos.

Folha – Fora de Campos você está trabalhando onde e como?
Bacellar – Tenho colegas vereadores em outros municípios. Também vou ter a ajuda da base do Sindicato dos Eletricitários.

Folha – E a Fenorte?
Bacellar – A Fenorte quase não desenvolveu trabalho nesta nova fase, infelizmente.

Folha – Não é estranho você dar todo esse apoio ao governador Sérgio Cabral e a Fenorte com um caixa meio baixo para desenvolver projetos?
Bacellar – Infelizmente esta com um caixa baixíssimo. Isso já foi relatado ao governo do Estado. Eles disseram que vão alocar verbas para desenvolver projetos. Mas nós não queremos isso agora. Até porque, vão dizer que a verba entrou em período eleitoral. Os holofotes estão todos virados para Marcos Bacellar.

Folha – Tirando Campos você acha que será forte em quais municípios?
Bacellar – Bom Jesus, Macaé, Itaperuna, Pádua. A base eleitoral do Sindicato. No Rio creio que terei uma boa votação.

Folha – Parece que você resistiu um pouco antes de aceitar o desafio. O que te motivou a entrar na briga por uma cadeira na Alerj?
Bacellar – De fato eu estava pensando lá na frente. Não queria disputar a eleição deste ano. Mas o grupo fez uma avaliação e me mostrou que seria importante me candidatar agora. Marcar uma posição firme agora.

Folha – Você falou que estava pensando lá na frente. Seria uma candidatura à Prefeitura?
Bacellar – Estamos pensando nisso, sim. Não vou negar. Quero me candidatar em 2012.

Folha – Você se candidatando à Prefeitura, o seu filho Rodrigo, atual presidente da Fenorte, seria candidato a vereador?
Bacellar – Poderia. Mas vai depender do próprio Rodrigo, de outros vereadores que me apóiam. Isso precisa ser discutido.

Folha – Uma pesquisa mostrou que sete em cada 10 prefeitos se reelegem. A chance de reeleição é enorme. É possível derrotar Rosinha se ela se candidatar a reeleição?
Bacellar – É só andar na rua que você vai sentir o tamanho da rejeição. Mais de 70% de rejeição. Muita gente arrependida. É difícil, mas é possível vencer.

Folha – Mas não pode ser a estratégia e apertar no início e, no final, acertar? É o que Maquiavel ensina no livro “O Príncipe”.
Bacellar – Para usar essa estratégia de Maquiavel é preciso ter um bom time. Ela não tem equipe. O time dela é fraco. A Saúde está um caos, na Educação falta lápis, caderno, salas de aula sem condição.

Folha – Sabendo que é difícil enfrentar a máquina, você não acha que precisa de uma unidade na oposição? Hoje, partidos fortes como PT, PSDB, DEM e PMDB não estão ao lado da prefeita Rosinha. Já existem conversas para unir todas essas correntes?
Bacellar – Já tive convites para entrar em outros partidos. Lá na frente iremos discutir isso.

Folha – Mas agora é meio perigoso trocar de partido.
Bacellar – Estamos estudando. Com a liberação do partido, não há risco. E, mesmo que o meu partido me expulse eu tenho certeza de que os meus amigos vão entrar pedindo o meu mandato.

Folha – O PT já definiu que vai lançar candidato cabeça na chapa na eleição municipal de 2012.
Bacellar – É muito cedo. Eu coloco o meu nome, mas digo que aceitaria apoiar um candidato novo da oposição. Vamos esperar.

Folha – O deputado federal Arnaldo Vianna vai estar nesse grupo?
Bacellar – Ele precisa estar nesse grupo. Meu dou muito bem com Arnaldo, do PDT, com Odisséia e Helinho Anomal, ambos do PT, com Ivanildo Cordeiro do PMDB e também com o Márcio Costa, presidente do DEM.

Folha – No grupo da oposição você acha que, eleitoralmente falando, Arnaldo é o nome mais forte?
Bacellar – Ainda é o nome mais forte. É fundamental que ele esteja junto com a gente na aliança.

Folha – Você acha que ele vai se candidatar novamente à Prefeitura?
Bacellar – Não é quem ele não venha. O que não pode é acontecer o que houve da vez passada. Desorganização, sem aquela articulação sobre estratégias políticas. Aí chega em cima da eleição uma pessoa quer impor uma coisa, outra pessoa quer impor algo diferente. Assim complica.

Folha – As pessoas pensaram que só o carisma de Arnaldo bastava para ele vencer.
Bacellar – O Aluysio Barbosa, no editorial após a eleição foi de uma felicidade incrível. Ele apontou todos os problemas da campanha de Arnaldo. Após a eleição muita gente chegava perto de mim com a esperança de que algo pudesse mudar. Não dava mais. Eu disse logo que não adiantava chorar. Tenho a minha consciência tranqüila porque trabalhei, ajudei. Agora não adianta chorar.Vamos ter que discutir em 2012, refletindo sobre os erros. Depois da eleição eu senti Arnaldo cabisbaixo. Parecia que tinha problemas de saúde. A gente sentia que ele não queria vencer aquele pleito.

Folha – Quem acompanhou a eleição de Campos e analisa a postura do governador Sérgio Cabral, sente que ele pode estar cometendo erros parecidos com os de Arnaldo em 2008. Você sente isso?
Bacellar – O estilo de Cabral também é tranqüilo, ele não é muito de criar polêmica. Mas existe uma organização. Não vejo que ele esteja cometendo os mesmos erros da campanha de Arnaldo.

Folha – A Folha noticiou desabafos de vereadores da bancada de Rosinha. Até ales estão irritados?
Bacellar – Os vereadores da situação estão sentindo na pele. Não é fácil defender esse governo. Agora eles vão contratar uma firma para fazer o Plano Diretor. No governo passado, Ronaldo Linhares já fez. Podiam ver o dele, tentar aproveitar. O trânsito está caótico. Ela só quer saber de divulgar, gastar com mídia.

Folha – Voltando a questão da rejeição de Rosinha. Você não acha que é mais uma rejeição ao Garotinho do que a ela?
Bacellar – Antes era muito mais de Garotinho. Mas agora começou a sobrar para ela, também. Ela foi a candidata, ele se escondeu. Ela assumiu e não mudou nada.

Folha –Desde o caso do IPTU, é nítida uma preocupação em evitar que problemas respinguem na prefeita. No IPTU a culpa ficou com o Esqueff, na BR-101 quem respondeu foi o Tom Zé e, na Saúde, Paulo Hirano e Ricardo Madeira. Ela fala muito pouco sobre assuntos polêmicos.
Bacellar – Blindam ela em tudo. Tudo de ruim que acontece e a gente mostra, eles procuram uma pessoa para culpar. A prefeita é ela, quem tem que resolver é ela. Não é o marido que esta lá no Rio, não é secretario dela. Se eles estão lá para cumprir a determinação dela.

Folha – A Folha já descobriu o vencedor da licitação das casas e, agora, no caso específico da duplicação da BR-101, o blog do Christiano disse que a Carioca venceria. Depois, a licitação foi adiada. Mas, vemos que, além da Folha, a prefeita também parece tem uma bola de cristal. Um mês antes de o pedido de suplementação ser aprovado na Câmara, ela já havia divulgado o edi-tal para uma obra que dependia de parte da suplementação.
Bacellar – Ela tem a maioria. Quando o pedido de suplementação chegou, a votação foi adiada várias vezes. Existiam pontos muito polêmicos que conseguimos retirar. No artigo 9, parágrafo único, ela queria um cheque em branco. Ilsan, na comissão de Legislação e Justiça conseguiu provar que era um absurdo.

Folha – Na sessão da última terça-feira você disse que não vai mais entrar com requerimentos cobrando informações do governo. A oposição vai se organizar para abrir uma CPI?
Bacellar – Nós, vereadores da oposição, vamos ter que nos organizar. Pode ser através de ação popular ou, uma CPI.

Folha – Qual seria a primeira CPI?
Bacellar – Saúde, que mexe com a vida de milhares de pessoas. Também pode ter CPI da Educação e de muitas outras áreas. Esse governo não anda.

Folha – Recentemente você foi cassado e recuperou o mandato no TJ. Como esta essa situação?
Bacellar – Eu entrei na política há quatro anos. Não sou vítima, mas posso dizer que levei muita porrada.

Folha – Mas você também deu muita porrada.
Bacellar – Eu dou em quem me bate. Minha casa foi invadida pela Polícia Federal. Foram ver se eu estava guardando dinheiro de Silvaldo. Sou algum palhaço, sou ladrão? Depois provei que não tinha nada. Mas de qualquer forma isso marca. Tenho um filho de seis anos que ficou pensando mil coisas. Um processo com mil e quinhentas páginas foi lido em uma hora. Um absurdo. A sociedade conhece o que falei sobre essa turma e não volto atrás. Eu não ameaço ninguém. Me deixem em paz que eu deixo, também. Ele, o rapaz, que toque a vida dele.

Folha – Quem?
Bacellar – Uma pessoa do Ministério Público que estava em cima de mim. Parece até um problema pessoal dele comigo. Se for problema pessoal, é só da parte dele. Aos poucos eles estão sossegando, estão vendo quem é quem. Mas quero deixar claro que tem muita gente boa no Ministério Público. Não estou atacando a entidade.

Folha – Até você surgir não existia um camarada que batesse de frente com Garotinho, que rebatesse as declarações no mesmo estilo. Se você se eleger prefeito, quem poderia te enfrentar nesse estilo?
Bacellar – Temos bons nomes na cidade. O Rogerinho Matoso está aparecendo muito bem.

Folha – Mas Rogério esta ao seu lado. Digo uma pessoa para te enfrentar.
Bacellar – Rapidinho aparece alguém. Até mais de uma pessoa. Tem Garotinho, tem a filha dele...



5 comentários:

  1. Nós campistas criamos esse casal de cobras e mandamos para o Rio de Janeiro, agora elas voltaram e só restando uma saída inteligente, esmagá-las e enterrá-las nos fundos da casinha da Lapa

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  2. O caso das " Meninas de Guarús" que envolve abuso sexual infanto-juvenil, prostituição, drogas poder e até assassinatos não é apenas mais um para nos envergonhar e revoltar é o mais torpe, mais vil de todos descalabros que estamos assistindo nesta cidade, ainda que as investigações continuem por aqui é fundamental que o senador Magno Malta que preside a CPI da Pedofilia no Congresso Nacional conforme prometeu em um programa da TV Bandeirantes entre firme também nas investigações e que venha com a máxima urgência a essa terra de poucos donos .

    Matéria publicada na Revista Somos Assim e repercutida na Folha da Manhã informa que as meninas que estão incluídas no Programa de Proteção a testemunha não só reconheceram por foto dezenas de envolvidos como confirmaram o assassinato de outras meninas, que foram cruelmente drogadas até a morte. Elas também entregaram pertences das colegas.

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  3. Bacellar, não vejo a hora de colocar minha armadura e me juntar ao seu exército para a nova batalha para DEPUTADO ESTADUAL. É só o início de uma nova era onde o bem reinará nesta cidade depois de massacrar o lobo que se veste de cordeiro e que com a maior cara de pau usa o nome de Deus em suas peças teatrais.
    Flor de Liz

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  4. Marcos Bacellar, podem falar o que quiser de você. Tenho certeza que a nossa cidade só tem você de liderança para lutar por nós.
    Com o casal garotinho no governo a cidade parou...comércio falido, aumento da pobreza, passagem de 1 real para classe média, ruas esburacadas, obras milionárias, saúde na UTI, educação vergonhosa e mais,muito mais... desejo ver essas crianças longe daqui. Vamos lutar e vencer!

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  5. Vereador, a nossa cidade está acabada. A prefeita está construindo uma favelinha embaixo da ponte do Governo do Estado, está horrível. Sem contar com a passagem à 1 real, que não tem critério nenhum. Peguei um ônibus paguei R$ 1,60, e quem me garante que alguém não vai passar um cartão qualquer e pegar os 0,60 centavos? Existem ônibus para o interior que não tem roleta, a pessoa mostra o cartão e o cobrador retira o recibo, que tipo de controle é exercido neste caso???? Não sou contra o programa em si, mas a forma como é conduzido.
    * Não existe controle eficaz
    * Pessoas que não precisam tem acesso ao programa
    * Ônibus em péssimo estado
    * Em horários de escola e comercial, a quantidade de ônibus é insuficiente.
    * Se não existe controle, como as empresas são pagas?
    * Falta de transparência no repasse para as empresas.

    Realmente vereador a situação está complicada, nosso dinheiro está indo para o ralo.
    Esse casal é um terror!!!!

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